Setembro verde reforça a importância da doação de órgãos

À medida que o mês de setembro avança, surge um período marcado por uma série de campanhas de saúde e inclusão, incluindo iniciativas voltadas à conscientização sobre a doação de órgãos, à prevenção do câncer de intestino e à promoção dos direitos das pessoas com deficiência.

O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, desencadeia um conjunto de esforços para fomentar a adesão a esse nobre ato. A instituição dessa data, por meio de legislação em 2007, deu origem a uma série de ações promovidas por entidades e órgãos federais, agrupadas na campanha Setembro Verde.

O Brasil tem o maior programa público de transplantes de órgãos, tecidos e células no mundo. O financiamento de cerca de 95% dos procedimentos de transplante no país é provido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com números absolutos expressivos, o Brasil figura como o segundo maior executor de transplantes globalmente, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Mas o volume de doações poderia ser maior, o que torna as campanhas de incentivo bastante relevantes.

Em 2022, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos aproveitou o período para lançar alertas a respeito da diminuição do número de doadores em decorrência da pandemia de Covid-19. 

Neste ano, involuntariamente o apresentador de televisão Fausto Silva, o Faustão, colocou o assunto em  pauta antes mesmo de setembro começar. No último domingo de agosto (27), ele passou por um transplante cardíaco bem-sucedido. Faustão enfrentava insuficiência cardíaca e permaneceu internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o começo de agosto. Muita gente se surpreendeu com a agilidade com que ele pôde receber o órgão e muitos médicos, especialistas e representantes do SUS concederam entrevistas para explicar mais sobre o processo, que segue etapas e critérios bem definidos para definição de pacientes prioritários. 

Para os que não estão familiarizados com o processo, é válido mencionar que, entre doadores vivos, é possível ceder um dos rins, parte do fígado, medula ou parte dos pulmões. Já os doadores não vivos são indivíduos em estado de morte encefálica, caracterizada pela cessação das funções cerebrais e interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro. Esse estado é irreversível e incompatível com a vida.

A doação de órgãos provenientes de pessoas falecidas pode envolver rins, coração, pulmões, pâncreas, fígado, intestino, bem como tecidos como córneas, válvulas cardíacas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias. Após a efetivação da doação, a Central de Transplantes do Estado é notificada e, por meio de uma lista de espera, seleciona os receptores mais compatíveis dentre os pacientes necessitados de um transplante.

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) exerce um papel crucial na regulamentação, controle e monitoramento de todo o processo de doação e transplante no país. Seu objetivo principal é aprimorar a cadeia de doação, captação e distribuição de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins terapêuticos. Em inúmeras situações, o transplante de órgãos configura-se como a derradeira esperança de vida ou a oportunidade para um recomeço na vida das pessoas necessitadas. O gesto generoso de familiares de um mesmo doador tem o poder de beneficiar diversas vidas, e anualmente, milhares de vidas são preservadas através desse ato solidário.

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