No próximo dia 28 de maio, celebra-se o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher. A data, que chama atenção para os desafios enfrentados pelas mulheres em relação à saúde e aos direitos reprodutivos, ganha neste ano um reforço importante: a Campanha Nacional #EuVejoVocê.
Idealizada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), em parceria com suas Sociedades Estaduais, como a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), a campanha tem como foco o enfrentamento da violência contra a mulher em todas as fases da vida — incluindo situações vividas no ambiente de trabalho por mulheres da área médica.
A urgência da pauta é reforçada pelos dados mais recentes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, que apontam crescimento em todas as modalidades de violência contra mulheres no último ano.
Segundo o levantamento, elaborado com base em dados oficiais dos órgãos de Segurança Pública, os casos de importunação sexual aumentaram 48,7%, totalizando 41.371 registros. Já os casos de violência psicológica cresceram 33,8% (38.507 registros), e as agressões decorrentes de violência doméstica tiveram alta de 9,8%, com 258.941 casos notificados.
O Anuário revela ainda um dado alarmante: ocorre um estupro a cada seis minutos no Brasil. Em 88,2% dos casos, as vítimas são do sexo feminino, e 61,6% têm até 13 anos de idade.
Diante desse cenário, a campanha #EuVejoVocê — Pelo fim da violência contra a mulher em todas as fases da vida busca sensibilizar a sociedade, informar, estimular o debate público e mobilizar a comunidade médica para atuar de forma ativa no enfrentamento da violência de gênero. Entre os objetivos, estão a estruturação de ações permanentes, com diretrizes claras, mensagens-chave e estratégias efetivas para prevenir e combater todos os tipos de agressão.
A campanha também joga luz sobre uma realidade pouco discutida: a violência sofrida por médicas. Muitas dessas profissionais, além de estarem na linha de frente do cuidado e do acolhimento, também enfrentam situações de abuso no exercício da profissão.
Com essa mobilização, a FEBRASGO, a SOGESP e demais entidades buscam empoderar os profissionais de saúde, preparando-os para identificar e apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade, ao mesmo tempo em que defendem melhores condições de trabalho e segurança para as mulheres da área médica.
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