Com o objetivo de aumentar a testagem no país, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação de 23,9 milhões para 46,2 milhões o número de testes para o diagnóstico do novo Coronavírus (Covid-19). Seja por compra direta ou doações, são 24,2 milhões de testes RT-PCR (biologia molecular) e 22 milhões de testes rápidos (sorologia).
Preocupada com a situação dos países das Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) anunciou que 4,5 milhão de testes adicionais de PCR serão enviados para toda a região. A organização também irá auxiliar o Brasil, com a compra de mais de 10 milhões de testes, com recursos do governo brasileiro. De acordo com a Opas, o primeiro lote de 500 mil testes tipo RT-PCR deve chegar ao país até o fim de abril e, após isso, a previsão é que chegue 800 mil semanalmente.
Os centros de pesquisa também têm se esforçado para combater a Covid-19. Desde o início de abril, o Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem desenvolvendo testes para diagnosticar a doença. Em parceria com empresas de biotecnologia e startups da região de Campinas, os pesquisadores da Unicamp produzem o teste “padrão ouro” da Organização Mundial da Saúde, já credenciado ao Instituto Adolf Lutz e conseguiram diminuir o tempo de produção e o custo em até 10%.
O estado de São Paulo tem sido uma fonte importante na produção nacional de testes. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) irá produzir 11 milhões de testes moleculares para o Ministério da Saúde (MS) até o mês de setembro. O fornecimento começou em março e, inicialmente, era de 25 mil testes, mas a produção foi ampliada, em decorrência do aumento do número de casos. De 60 mil unidades produzidas em março, a Fundação pretende chegar a produção mensal de 2 milhões de testes a partir de junho, entregando um total de 11 milhões de testes moleculares ao Ministério da Saúde.
No nível estadual, em São Paulo os testes são realizados pela Plataforma de Laboratórios para Diagnóstico de Covid-19, coordenada pelo Instituto Butantan, em uma rede que já conta com 38 laboratórios habilitados, entre públicos, privados e universitários. Quando em plena capacidade, a Plataforma de Laboratórios poderá realizar até 8 mil testes do tipo RT-PCR para coronavírus por dia. Num investimento recente de R$ 85 milhões, foram adquiridos 1,3 milhão de exames da Coreia do Sul.
Para ideia de comparação, dentre os países da América do Sul, o Chile é o que vem realizando mais testes: 5.434 pessoas para cada um milhão de habitantes. Abaixo estão Peru (3.684) e Uruguai (3.235). Em comparação, o Brasil testa apenas 296 pacientes para cada um milhão de habitantes. Os dados são do Worldometer, site referência sobre estatística mundial, de 17 de abril.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o mais recomendado é a realização de testes inclusive em casos suspeitos. No Brasil, a testagem está concentrada nos casos mais graves. A primeira experiência de teste em massa para diagnóstico começou a ser realizada em Brasília, no dia 21 de abril, para realização de 100 mil testes, em cinco pontos da capital, o que equivale a 3,3% da população do Distrito Federal.