Novas ferramentas ampliam monitoramento e análise de dados na saúde pública

O Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica e Vigilância Genômica do Ministério da Saúde acaba de lançar o Painel Epidemiologia e Desigualdades: Doenças e Agravos na População por Raça/Cor. A ferramenta reúne dados detalhados sobre o impacto das desigualdades raciais e sociais na saúde, abordando casos de tuberculose, TB-HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis adquirida, sífilis em gestantes, sífilis congênita, violência autoprovocada e violência interpessoal.

As disparidades raciais e sociais têm afetado negativamente a saúde da população negra, aumentando os índices de morbimortalidade e dificultando o acesso aos serviços de saúde. Em 2023, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) deu um passo significativo ao retomar a publicação do Boletim Epidemiológico Saúde da População Negra, que estava interrompido desde 2015. Dividido em volumes, ela aborda temas como mortalidade materna, doenças prevalentes e outros indicadores de saúde, servindo como ferramenta para monitoramento e formulação de políticas públicas. Nesta mesma linha, veio o Painel Saúde da População Negra, disponibilizado pela Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seidigi), por meio da Sala de Apoio à Gestão Estratégica (SAGE). Essa ferramenta oferece um panorama detalhado sobre as desigualdades na saúde entre diferentes grupos étnico-raciais no Brasil. O painel permite o monitoramento e avaliação da implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e está estruturado em três eixos principais, proporcionando uma visão ampla e integrada dos desafios enfrentados por essa população: Indicadores de Enfrentamento ao Racismo, Características Sociodemográficas da População e Morbidade da População Negra.

Embora todos abordem a temática da saúde da população negra, cada um possui uma abordagem específica e é gerido por diferentes departamentos dentro do Ministério da Saúde.

Monitorar e analisar dados é uma estratégia fundamental na definição de políticas públicas. No ano passado, com o objetivo de aproximar o SUS dos movimentos sociais, foi lançado o Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde (MapaMovSaúde, pelo Ministério da Saúde.

O MapaMovSaúde permite que movimentos sociais, entidades populares e organizações da sociedade civil se identifiquem, compartilhem suas histórias, preservem memórias, afirmem suas identidades, valorizem seus territórios e vocalizem demandas e necessidades de saúde. A nova plataforma utiliza o software livre MediaWiki, o mesmo da Wikipédia, possibilitando que os próprios movimentos sociais realizem seus cadastros. Nela, é possível registrar histórias, reivindicações na área da saúde, além de compartilhar fotos, vídeos e informações de contato, como sites e perfis em redes sociais. Por meio de ferramentas de georreferenciamento, também será possível mapear a atuação dessas entidades e organizações.

Leave a Reply