Mercado farmacêutico brasileiro avança em competitividade e geração de emprego qualificado

O mercado farmacêutico brasileiro continua aquecido e os números confirmam isso. O Brasil está entre os países mais competitivos da América Latina nesse setor, segundo uma pesquisa da consultoria Pugatch Concilium. O estudo coloca o país na quarta posição do ranking regional, mas também mostra que há desafios importantes a superar.

A consultoria analisou fatores como capacidade científica e de pesquisa clínica, sistema regulatório, acesso ao mercado e proteção à propriedade intelectual. A opinião de executivos da área foi usada para determinar a pontuação, que foi publicada pelo portal Futuro da Saúde.

O Brasil atingiu 61,3% no índice de competitividade, acima da média da região, que foi de 59%. O país ficou atrás apenas da Costa Rica, que teve 70%, do Chile, com 68%, e do México, com 65%. Apesar do bom resultado, o estudo destaca que outros mercados emergentes, como Israel, com 75%, e Cingapura, com 85%, ainda estão bem à frente.

Um ponto que precisa melhorar no mercado nacional é a proteção à propriedade intelectual, em que o Brasil atingiu apenas 46% e ficou na oitava colocação entre os dez países da América Latina analisados.

Mesmo com essas dificuldades, a indústria farmacêutica segue se destacando especialmente na criação de empregos qualificados e com bons salários. Dados da PNAD Contínua do IBGE apontam que, em 2024, o setor gerou 203 mil postos formais de trabalho, um crescimento de 4% em relação a 2023 e o maior número já registrado. Com 93% dos empregados contratados com carteira assinada, a indústria farmacêutica supera a média da indústria de transformação, que é de 67%.

Além da geração de empregos, o setor também oferece os melhores salários da indústria. Em 2024, o rendimento médio mensal foi de R$ 6.526, com um aumento de 16,7% em relação ao ano anterior. Com esse desempenho, a indústria farmacêutica e farmoquímica lidera o ranking entre os principais segmentos industriais, à frente de setores como o automotivo, o químico e o de equipamentos eletrônicos.

Os dados foram reunidos pelo Grupo FarmaBrasil, que representa 12 das maiores empresas farmacêuticas do país. Outro ponto positivo é o equilíbrio entre homens e mulheres no mercado de trabalho do setor, que conta com 50% de participação feminina, segundo a RAIS 2022.

A indústria farmacêutica também se diferencia pelo alto nível de qualificação da força de trabalho. Cerca de 43% dos profissionais têm ensino superior completo ou grau mais elevado, o maior índice entre todos os setores da indústria de transformação, superando até mesmo outros segmentos que dependem muito da tecnologia.

Crédito da Imagem: FDA photo by Michael J. Ermarth

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