O setor de healthtechs avança no Brasil e redefine a forma de oferecer serviços de saúde. Essas startups desenvolvem soluções que vão da gestão de hospitais e clínicas a tecnologias para diagnósticos, telemedicina e monitoramento remoto de pacientes.

Segundo o Distrito Healthtech Report 2023, já são 1.381 empresas ativas no país, responsáveis por captar US$ 1,4 bilhão em investimentos desde 2019. O crescimento foi acelerado nos últimos anos. Apenas em 2022, o número de healthtechs aumentou 118%, impulsionado pela expansão da telemedicina, por programas de aceleração e pela necessidade de respostas rápidas durante a pandemia de COVID-19.

Durante a crise sanitária, tecnologias criadas por essas empresas permitiram a continuidade de tratamentos à distância e permaneceram relevantes, como peças estratégicas para reduzir custos, aumentar a eficiência e melhorar a experiência do paciente.

O ecossistema inclui diferentes frentes de atuação, como softwares de gestão, plataformas para consultas virtuais, dispositivos vestíveis para monitoramento de sinais vitais e ferramentas de medicina de precisão, que utilizam dados para tratamentos personalizados.

Dentro deste segmento, estão as femtechs, startups focadas na saúde da mulher. Elas desenvolvem soluções para fertilidade, menopausa, saúde íntima, bem-estar emocional e prevenção de doenças ginecológicas. Apesar do potencial, ainda recebem apenas 3 por cento dos recursos globais destinados à saúde digital, o equivalente a US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão, segundo o McKinsey Health Institute.

Mesmo com financiamento reduzido, as femtechs têm promovido mudanças significativas ao colocar a mulher no centro da experiência de cuidado. Oferecem abordagens menos padronizadas e mais personalizadas e ajudam a ampliar o debate sobre temas historicamente negligenciados, como saúde sexual, alterações hormonais e infertilidade.

Especialistas apontam que o avanço das healthtechs e femtechs segue três tendências principais: digitalização, descentralização e personalização. A expectativa é que o amadurecimento regulatório e a incorporação de novas tecnologias, como inteligência artificial generativa e análise preditiva, acelerem ainda mais essa transformação.

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