Confiança na ciência e nas vacinas cai no país

A confiança na ciência e nas vacinas entre os brasileiros vem diminuindo. A conclusão é de um estudo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e da Tecnologia (INCT-CPCT), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

O estudo encontrou muitos resultados relevantes. Verifica-se que a confiança dos brasileiros e brasileiras na ciência não é baixa, mas parece ter sido afetada negativamente por campanhas organizadas de desinformação, que cresceram em quantidade e impacto durante a pandemia de covid-19.

Além disso, os pesquisadores identificaram que a chance de um brasileiro declarar não confiar na ciência depende fortemente da região de moradia. O levantamento aponta que desconfiar da ciência é mais frequente entre pessoas que moram na região Centro-Oeste, independentemente de sua escolaridade, renda ou idade. A desconfiança tende a ser ligeiramente maior entre evangélicos e marcadamente maior entre pessoas que cursaram apenas o ensino fundamental e, além disso, possuem menor acesso à informação e ao conhecimento científico.

Outros resultados podem ser verificados no resumo executivo da survey.

Esses dados da pesquisa brasileira corroboram os resultados de um outro estudo, conduzido pelo Instituto Global de Saúde de Barcelona (ISGlobal), que analisou em 23 países o desejo de se vacinar contra a Covid. Em todo o mundo, essa intenção passou de 75,2% em 2021 para 79,1% em 2022, um aumento de 5,2%. O Brasil, porém, teve resultado inverso, com queda de 3,3% nos resultados. Em 2021, 90,5% dos respondentes diziam concordar com a vacinação. Em 2022, essa medida ficou em 87,2%.

Mas, no Brasil, 2023 será um ano de incentivo à imunização. A vacina contra a Covid-19 será incorporada ao calendário anual do governo para pessoas do grupo prioritário — como idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde. O plano inicial é que a população receba as doses junto com a imunização contra a gripe, a partir de abril.

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