Dados, tratamentos e alertas movimentam o noticiário da Saúde

Nesta semana, um rápido giro pelas principais notícias que atravessam o campo da saúde.

Para começar, a ANS trouxe números que ajudam a entender o tamanho da conta dos medicamentos na saúde suplementar. Só no último ano, as operadoras gastaram R$ 22,6 bilhões com remédios, o que já representa 10,2% de todas as despesas assistenciais. Em 2019, esse peso era bem menor, 7,3%. De lá para cá, a soma acumulada chegou a R$ 90,6 bilhões. Uma curiosidade é que esta é a primeira vez que a agência calcula exatamente quanto os medicamentos representam dentro dessa despesa toda. O dado chama atenção, já que entre 2022 e 2024, 81% das novas tecnologias incorporadas obrigatoriamente pelos planos foram justamente medicamentos.

Outro ponto que ganhou destaque nos últimos meses vem do cenário internacional. O novo Relatório Mundial sobre Drogas divulgado pela ONU mostra que o consumo de substâncias ilícitas continua a crescer no mundo inteiro, pressionando sistemas de saúde, segurança e economia. O Brasil acompanha essa tendência e enfrenta o desafio de conter o avanço do uso, em especial entre jovens.

Em paralelo a esse movimento, o setor de saúde suplementar brasileiro observa um dado inédito. Um total de 3,6 milhões de brasileiros já aderiu a planos que reúnem cobertura médica e odontológica em um único contrato. As informações vêm da Análise Especial da 108ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários do IESS e indicam uma tendência de expansão nessa modalidade. O plano combinado funciona como alternativa mais conveniente para o consumidor e também como estratégia de valor agregado para as operadoras, que conseguem fidelizar seus beneficiários com uma oferta mais ampla e integrada.

Falando em novidades, chega ao país um tratamento que promete retardar a perda cognitiva em pessoas nos estágios iniciais do Alzheimer. É o Kisunla (donanemabe), da Eli Lilly, aprovado pela Anvisa em abril. Ele inaugura uma nova safra de medicamentos voltados à doença depois de mais de vinte anos de poucas opções. O remédio atua como um anticorpo monoclonal, capaz de limpar do cérebro as placas de beta-amiloide, proteína que costuma se acumular e agravar o quadro. Por enquanto, o acesso será restrito, com preço elevado que pode superar R$ 30 mil por mês e aplicação apenas em clínicas e hospitais particulares. Ainda não há previsão de incorporação ao SUS nem de cobertura obrigatória pelos planos.

E um último tema que vem ganhando espaço nas discussões é a mudança nas regras para testes em animais. Especialistas acreditam que a proibição tende a elevar em cerca de 20% os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, abrindo caminho para novas metodologias e tecnologias de investigação científica.

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