Março Lilás é uma campanha de conscientização sobre o câncer do colo do útero, colorindo o mês com a força da luta feminina. A iniciativa reforça a importância da prevenção contra esse tipo de câncer, que é o terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil.
A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A imunização pode prevenir até 70% dos casos de câncer do colo do útero e 90% das verrugas genitais. Além disso, o uso de preservativos durante as relações sexuais reduz o risco de contágio pelo HPV, que é o principal agente causador da doença.
Outra estratégia fundamental de prevenção é o exame preventivo papanicolau, que deve ser realizado periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual. Esse exame é capaz de identificar alterações pré-cancerígenas precocemente e, quando tratadas, garantem um índice de cura próximo de 100%, impedindo a evolução para o câncer.
Nos últimos anos, diversas iniciativas têm sido lançadas para ampliar a conscientização e o atendimento humanizado às mulheres. Em 2024, a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz e a VideoSaúde Fiocruz lançaram o documentário Sala Lilás – Atendimento Humanizado no Combate às Violências. O filme, disponível no canal da VideoSaúde no YouTube e na plataforma VideoSaúde Fioflix, retrata o cotidiano do serviço Sala Lilás, instalado no Hospital Municipal Victor de Souza Breves (HMVSB), em Mangaratiba (RJ). Esse espaço acolhe mulheres vítimas de violência e oferece um atendimento especializado, ressignificando suas vidas por meio de suporte humanizado.
Ainda no ano passado, o Governo Federal lançou o programa Rede Alyne, com o objetivo de garantir um cuidado integral às gestantes e reduzir a mortalidade materna e neonatal. Essa iniciativa reestrutura a antiga Rede Cegonha e tem a meta de reduzir em 25% a mortalidade materna até 2027. O programa homenageia Alyne Pimentel, que faleceu grávida de seis meses em 2002, após ser vítima de desassistência médica em Belford Roxo (RJ). O caso resultou na primeira condenação do Brasil em uma corte internacional por morte materna evitável, reconhecendo a falha como uma violação dos direitos humanos das mulheres à maternidade segura. Internacionalmente, também há avanços científicos favoráveis à saúde das mulheres. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA), desenvolveram um exame de sangue experimental que pode ajudar a identificar mulheres grávidas com maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia, uma condição grave de hipertensão que pode comprometer tanto a mãe quanto o bebê. O teste analisa marcadores genéticos presentes em pequenas partículas chamadas vesículas extracelulares, que transferem informações entre as células humanas. Os resultados mostraram que mulheres com pré-eclâmpsia apresentam um padrão específico desses marcadores genéticos já no primeiro trimestre da gravidez, o que pode permitir um diagnóstico precoce e a prevenção de complicações.