Com o avanço da vacinação e a tendência de queda no volume de casos de covid-19, começam a aparecer estudos voltados a avaliar os impactos da pandemia para o sistema de saúde e para a vida dos brasileiros.
De modo geral, a qualidade de vida piorou, com diminuição na freqüência de refeições diurnas, como café da manhã, e do maior consumo de pães, farináceos, refeições instantâneas e fast food. O aumento de bebidas alcoólicas, cigarro e utilização de telas de dispositivos também aumentaram. Outro dado apontado foi a redução da prática de atividade física. Os voluntários que responderam ao questionário informaram praticar em torno de 120 minutos por semana no período pré-pandemia e o índice caiu para 80 minutos por semana com as restrições para evitar a circulação do coronavírus.
Os resultados da primeira etapa foram publicados em artigo nas revistas Public Health Nutrition e na Frontiers in Nutrition. A pesquisa foi realizada em conjunto pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelas universidades federais de Lavras (Ufla), Ouro Preto (Ufop) e Viçosa (UFV). O estudo foi iniciado cinco meses após o início das medidas de distanciamento social.
A inatividade física tem também impactos econômicos e foi objeto de estudo realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), apontando que o sedentarismo representa gastos no Sistema Único da Saúde (SUS) de cerca de R$ 300 milhões somente com internações, em valores de 2019.
Esta inatividade está associada à incidência de diversas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como hipertensão, diabetes, neoplasias de cólon e mama e doenças isquêmicas do coração, entre outras, que são um dos principais fatores de risco associados à mortalidade DCNTs no mundo e no Brasil. O nível de inatividade é maior entre mulheres do que entre homens e, quanto menor o nível de escolaridade, maior o nível de inatividade.